Instituto Euvaldo Lodi

Não utilize apenas as habilidades técnicas (hard skills) como parâmetro de contratação

No mundo dinâmico, agitado e em constante evolução dos negócios e carreiras, a busca por talentos para preencher vagas de emprego é um desafio contínuo para as mais variadas organizações. Na hora de escolher um candidato ideal para determinada posição, muitas vezes as empresas focam, exclusivamente, em suas habilidades técnicas, também conhecidas como “hard skills”.

Entretanto, esse enfoque pode levar a contratações que, embora qualificadas no papel, não se encaixam bem na cultura da empresa ou no ambiente de trabalho, resultando em desafios de produtividade e satisfação no longo prazo. Por isso é importante pensar para além das hard skills ao realizar processos de contratação.

Nesse artigo vamos demonstrar como as habilidades interpessoais, emocionais e a capacidade de adaptação desempenham um papel igualmente vital na construção de equipes bem-sucedidas e na promoção de um ambiente de trabalho harmonioso. Equilibrar as habilidades técnicas com as habilidades humanas é fundamental para uma contratação eficaz e para o crescimento sustentável das organizações. Afinal, no dia a dia de uma empresa, nem sempre a teoria será o mais importante, pois é na prática que uma pessoa consegue, de fato, se destacar.

Ampliando a avaliação além das hard skills: A importância das soft skills na contratação

No processo de contratação, é comum que as organizações confiem fortemente nas hard skills de um candidato, que são habilidades técnicas mensuráveis e quantificáveis. Dentre as principais, destacamos: diplomas; certificações; experiência em uma tecnologia específica; fluência em algum idioma. No entanto, para fazer escolhas de contratação realmente eficazes, é crucial reconhecer que as habilidades de um profissional não podem ser resumidas apenas a esse conjunto de competências técnicas.

As hard skills são, sem dúvida, essenciais para desempenhar funções específicas, como desenvolver softwares, fazer análises financeiras ou realizar cirurgias. No entanto, elas não capturam a complexidade do que é necessário para ser um colaborador eficaz e valioso em um ambiente de trabalho. Aqui estão alguns motivos pelos quais as habilidades devem ir além das hard skills:

  • A capacidade de se comunicar e colaborar com colegas é crucial e, muitas vezes, subestimada. Um candidato com habilidades técnicas brilhantes, mas que luta para se comunicar ou trabalhar em equipe, pode prejudicar a dinâmica da equipe e a eficácia do projeto.
  • Aprender novas habilidades e se adaptar a mudanças é de extrema importância. No entanto, esta é uma habilidade difícil de quantificar em um currículo, mas pode ser um diferencial valioso para um candidato.
  • Lidar com desafios e tomar decisões informadas são habilidades fundamentais em qualquer função. A capacidade de avaliar situações, identificar problemas e propor soluções eficazes frequentemente escapa às métricas tradicionais de contratação.
  • Entender as emoções dos outros e agir com empatia é essencial para criar relações de trabalho saudáveis e para lidar com situações estressantes ou conflitos. Estas são habilidades difíceis de quantificar, mas podem ser vitais para um ambiente de trabalho harmonioso.
  • Mesmo em funções que não são explicitamente de liderança, a capacidade de motivar a si mesmo e aos outros é inestimável. Isso pode impulsionar a produtividade, a criatividade e comprometimento da equipe.

É fundamental entender que as soft skills são difíceis de avaliar em um currículo ou em uma entrevista. No entanto, sua importância é inegável, e muitos profissionais brilhantes e valiosos podem passar despercebidos se as organizações não considerarem essas habilidades igualmente importantes. Portanto, é vital que os processos de contratação incluam métodos de avaliação que vão além das hard skills. Isso pode envolver perguntas de entrevista situacionais, testes práticos ou a observação do candidato em situações de grupo.

Neste sentido, é importante compreender que hard skills podem abrir portas, mas são as soft skills que mantêm essas portas abertas e asseguram o sucesso a longo prazo em qualquer ambiente de trabalho. Ao reconhecer a importância de ambas as dimensões de habilidades, as organizações podem tomar decisões de contratação mais equilibradas e alinhar-se com profissionais que não só executem tarefas técnicas, mas que também contribuam para um ambiente de trabalho colaborativo e eficaz.

A avaliação das habilidades de uma pessoa para além das hard skills, ou seja, as soft skills, é fundamental para a contratação de profissionais que se destaquem não apenas em tarefas técnicas, mas também em interações interpessoais e adaptação ao ambiente de trabalho.

Aqui estão algumas dicas para as empresas avaliarem essas habilidades durante o processo de contratação:

1. Perguntas comportamentais em entrevistas

Formule perguntas que peçam aos candidatos para compartilhar exemplos de situações passadas em que demonstraram habilidades como empatia, resolução de conflitos, liderança ou trabalho em equipe.

– “Pode me contar sobre uma situação em que teve que liderar uma equipe em um projeto desafiador?”

– “Como você lida com feedback construtivo?”.

2. Testes práticos ou simulações

Dependendo da natureza do trabalho, considere a possibilidade de criar testes práticos ou simulações que avaliem as soft skills. Por exemplo, um cenário de atendimento ao cliente pode ser usado para avaliar habilidades de comunicação e paciência.

3. Entrevistas em grupo ou dinâmicas de grupo

Realize entrevistas em grupo ou atividades de dinâmica em grupo para observar como os candidatos interagem com os outros, resolvem problemas em equipe e se adaptam a diferentes contextos.

5. Testes de personalidade e avaliações psicométricas

Utilize testes psicométricos que avaliam traços de personalidade, motivações e estilos de comunicação. Esses testes podem fornecer insights sobre as soft skills dos candidatos.

6. Feedback da equipe de entrevistadores

Após as entrevistas, solicite feedback de todos os entrevistadores que interagiram com o candidato. Isso pode ajudar a obter diferentes perspectivas sobre as soft skills do candidato.

7. Avaliação de resiliência e adaptação

Faça perguntas sobre como o candidato lida com mudanças, situações desafiadoras ou fracassos. Isso pode ajudar a avaliar a resiliência e a capacidade de adaptação.

8. Autoavaliação do candidato

Peça ao candidato para avaliar suas próprias soft skills. Isso pode mostrar sua autoconsciência e capacidade de autorreflexão.

ATENÇÃO! Não se esqueça de manter a avaliação. Após a contratação, continue a avaliar as soft skills dos funcionários por meio de avaliações de desempenho regulares e feedback de colegas e supervisores.

A avaliação das soft skills é tão importante quanto a avaliação das hard skills, pois essas habilidades desempenham um papel crítico na eficácia e na harmonia do ambiente de trabalho. Portanto, ao considerar essas dicas, as empresas podem tomar decisões de contratação mais abrangentes e alinhar-se com profissionais que contribuam de forma mais completa para o sucesso da organização.

Teoria é importante, a prática é fundamental

Certamente, o conhecimento prático é igualmente importante, senão mais, do que o conhecimento teórico em muitos contextos de contratação. É vital destacar que a capacidade de aplicar o conhecimento de forma prática e eficaz pode ser um diferencial significativo para os candidatos e uma consideração crítica para as empresas.

Aqui estão alguns pontos a serem reforçados sobre a importância do conhecimento prático:

● O conhecimento teórico é valioso como base, mas seu verdadeiro valor é realizado quando é aplicado no mundo real. As empresas precisam de profissionais que saibam como usar seu conhecimento para resolver problemas, tomar decisões informadas e alcançar metas concretas.

● O conhecimento prático frequentemente requer aprendizado contínuo e adaptação. Os profissionais que demonstram a capacidade de adquirir novas habilidades e aplicá-las são ativos valiosos para as empresas em ambientes de constante mudança. O conhecimento prático está intrinsecamente. Os candidatos que podem demonstrar como abordaram desafios reais no passado, aplicando seu conhecimento, são atraentes para as empresas.

● As empresas geralmente buscam candidatos que tenham um histórico de alcançar resultados mensuráveis. O conhecimento prático que levou a conquistas concretas é uma prova de sua eficácia. Candidatos com conhecimento prático muitas vezes requerem menos treinamento específico para iniciar e contribuir para as metas da empresa mais rapidamente.

● A experiência prática no campo é inestimável, especialmente em setores como a medicina, engenharia, educação e muitos outros. Essa experiência traz um entendimento profundo e uma visão das complexidades do trabalho real.

● O conhecimento prático muitas vezes inclui uma compreensão mais profunda do contexto em que as decisões e ações são tomadas. Isso pode levar a escolhas mais informadas e melhores resultados.

● O conhecimento prático também ajuda no desenvolvimento de soft skills, como comunicação, resolução de conflitos e tomada de decisões, que são cruciais em ambientes de trabalho colaborativos.

Portanto, ao avaliar candidatos, as empresas devem considerar tanto o conhecimento prático quanto o conhecimento teórico, pois a combinação desses elementos pode levar a uma contratação mais eficaz e à construção de equipes altamente produtivas e inovadoras.

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